Favoritos de 2017: Ctrl + Melodrama

Em vez de fechar 2017 com listas mais tradicionais de melhores do ano, decidimos seguir o espírito mais pessoal do Headcanons e começar 2018 com posts de alguns colaboradores sobre uma ou duas coisas que eles adoraram no ano anterior. Que 2018 venha cheio da emoção de ser fã e amar profundamente.

 

Os anos de transição são aqueles que nós sabemos, mesmo enquanto estamos vivendo, que vão nos marcar por um bom tempo e vão nos fazer crescer – e que, por mais que em sua maioria eles sejam horríveis e sofridos, também são muito necessários. O conceito do álbum Melodrama, da Lorde, é uma house party: se arrumando, o caminho, chegando lá e encontrando alguém que te interesse mesmo você sabendo que não tem futuro nenhum com aquela pessoa, já embriagada de álcool e de pensamentos como por que é tão difícil se sentir amada, passando pelo momento em que se sente mal e arrependida, até a aceitação de que aquela noite acabou e é preciso seguir em frente. A minha vida em 2017 foi essa festa, só que cada música durava algumas semanas ou meses.

Em Ctrl, Sza (pronuncia-se Siza) fala exatamente sobre a falta de controle. Irônico, mas não surpreendente que escolha como título do seu álbum de estreia logo o que não teve no período em que escreveu tais músicas e que, coincidentemente, eu também não tive nesse ano. Foi durante essa época sem controle (com o perdão do trocadilho) em que se sentia vulnerável, insegura, questionava si mesma e achava que o problema era sempre com ela por seu coração ser partido toda vez. As músicas também falam sobre a confiança que se constrói com o tempo, aprender que as pessoas não são tão boas assim e que você estava abrindo mão de si mesma para agradar os outros – que, por sinal, não valiam a pena.

Em um ano de altos e baixos, sendo os baixos muito baixos, e de bastante vulnerabilidade sobre os meus sentimentos perante a mim e aos outros, não é uma surpresa escolher álbuns que falam exatamente sobre isso como o pedaço de cultura pop que mais me impactou. Elas são honestas sobre os seus sentimentos e não têm medo disso, mostrando a força que é aceitar como nós somos, sem nos desculpar. É entender que pode ser difícil se sentir amada, mas o mais importante é o que sentimos por nós mesmas e que nós merecemos sim todo esse amor. Em um mundo tão frio e oportunista, se mostrar vulnerável e verdadeira aos nossos sentimentos é o maior ato de amor próprio que nós podemos ter.

 

So I guess I’ll go home into the arms of the girl that I love
The only love I haven’t screwed up
She’s so hard to please but she’s a forest fire
I do my best to meet her demands, play at romance
We slow dance in the living room, but all that a stranger would see
Is one girl swaying alone, stroking her cheek

– Lorde, “Liability”

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