Mãos ao alto: um compilado de séries policiais (parte 1)

Stana Katic como Kate Beckett em Castle.

As séries policiais, com seus mistérios, dramas, ships e enredos instigantes (e algumas vezes problemáticos), estão sempre entre os programas campeões de audiência, seja na TV ou na Netflix. Muito populares nos Estados Unidos e também no Brasil, as séries policiais não são nenhuma novidade, mas ainda cativam espectadores dispostos a solucionar mistérios, seja vendo episódios aleatórios nas tardes de ócio, ou acompanhando todos os dramas dos personagens ao maratonar temporadas.

O envolvimento com esse tipo de narrativa é anterior à televisão. O Quem matou? (Whodunit?) é um recurso narrativo típico dos romances policiais da literatura e instigou leitores através da história (principalmente entre as décadas de 20 e 50), que competiam com os autores de seus mistérios favoritos para descobrir os culpados dos crimes investigados pelos personagens da trama. Esse recurso é amplamente utilizado nos episódios das séries policiais e os mistérios buscam engajar e fomentar a curiosidade dos telespectadores em relação à investigação fictícia em andamento. Mas não é só de casos e investigações que uma boa série policial é feita.

Em meio a tantas opções de séries desse gênero (só a franquia CSI possui quatro versões e a Law & Order, cinco), os autores e produtores têm que ser cada vez mais criativos não só na criação de crimes, mas também no envolvimento de seus personagens, tudo para se destacarem e criarem algo único.

Pensando nisso, separei algumas séries que têm um lugar especial no meu coração justamente pelos seus diferenciais, sejam nos casos, dramas dos personagens ou tipo de parceria entre eles. Abaixa que é tiro!

 

PARTE 1: DEIXE A POLÍCIA TRABALHAR

 

N.C.I.S.

Agente Gibbs (Mark Harmon) castigando Agente DiNozzo (Michael Weatherly) por algum comentário idiota.

 

Por anos a série mais vista dos Estados Unidos e com o histórico de 15 temporadas, NCIS (Naval Criminal Investigative Service – Serviço de Investigação Criminal Naval) acompanha o cotidiano de uma equipe de agentes especiais em Washington DC responsáveis pela investigação de crimes ligados à Marinha americana.

Os casos investigados pelos agentes vão de roubos e homicídios a ataques terroristas e espionagem internacional. No início da série, são as investigações que mais chamam atenção, ainda mais por serem ligados às Forças Navais, porém, à medida que os personagens são apresentados e os dramas pessoais aparecem, o protagonismo passa para os agentes.

O elenco não permanece o mesmo desde o início da série (afinal, são quase 15 anos no ar), mas Gethro Gibbs (Mark Harmon), o líder da equipe, Abby Sciuto (Pauley Perrette), a especialista forense, Ducky (David McCallum), o médico legista, e os agentes Tony DiNozzo (Michael Weatherly) e Timothy McGee (Sean Murray) estão em praticamente todas as temporadas. As agentes Caitlin Todd (Sasha Alexander), Ziva David (Cote de Pablo) e Ellie Bishop (Emily Wickersham) também fazem parte do elenco principal em diferentes momentos da série.

Em mais de uma década de NCIS, é possível encontrar de tudo: episódios mais levinhos e engraçados (apesar dos crimes), dramas bem densos que duram quase a temporada toda, ships que dão certo, ships que quase dão certo até dar tudo errado, mortes e nascimentos, casamentos e separações, muitas risadas e várias lágrimas. Essa mistura de emoções, pra mim, é o ponto alto da série.

Indico NCIS para pessoas que curtem a dinâmica das séries policiais (um caso por episódio), que sejam pacientes (de novo: QUINZE TEMPORADAS) e com coração forte (MUITAS EMOÇÕES), dispostos a amar os personagens do jeitinho que eles são. Ah, falando de personagens, os meus favoritos e que acho que vale a pena ficar de olho: Abby, DiNozzo e Ziva.

 

LAW & ORDER: SVU

Amanda Rollins (Kelli Giddish), Olivia Benson (Mariska Hargitay) e Nick Amaro (Danny Pino) aliviando as tensões.

TW: violência sexual

Apesar do gif descontraído, Law & Order: Special Victims Unit (Lei e Ordem: Unidade de Vítimas Especiais) não é uma série fácil de assistir. Criada em 1999 como um spin-off de Law & Order, e hoje a principal série da franquia, SVU se passa em Nova York e mostra o cotidiano de um grupo de detetives e promotores que investigam casos envolvendo vítimas especiais: mulheres e crianças que muitas vezes sofrem de violência sexual e/ou doméstica.

“Nossa, que pesado! Por que você assiste?” Acredite, já me perguntei isso várias vezes. Talvez seja a atuação maravilhosa de Mariska Hargitay e a força de sua personagem, a protagonista Olivia Benson, ou talvez seja a tensão que começa já na abertura dos episódios e me prende até o fim, mas, independente disso, tenho que admitir: apesar de ser uma das minhas séries favoritas, não é uma que eu costumo maratonar ou ver a noite quando estou sozinha em casa.

Um diferencial é que, como as outras séries da franquia Law & Order, Special Victims Unit não retrata apenas a investigação criminal, mas também todo o processo jurídico para que os culpados sejam condenados, tudo do ponto de vista dos promotores.

Os debates apresentados durante as investigações levantam questões bastante atuais não só nos Estados Unidos, como racismo, machismo, desigualdade social e econômica, privilégios e falhas nos sistemas judiciário e carcerário. E, apesar dos episódios geralmente terem uma conclusão, questionamentos e dúvidas ainda podem pairar no ar mesmo depois de desligar a TV (ou fechar o notebook).

 

CHICAGO PD

Detetive Jay Halstead (Jesse Lee Soffer) pegando os bandidos de surpresa.

Do mesmo criador de Law & Order, Chicago PD (Polícia de Chicago) faz parte da franquia Chicago, iniciada com Chicago Fire. Enquanto Chicago Fire mostra o dia a dia dos bombeiros da cidade de Chicago, PD exibe o cotidiano dos policiais do Distrito 21.

Quem conhece os dramas dos bombeiros de Chicago deve se lembrar do Sargento Hank Voight (Jason Beghe), que infernizou a vida de Matthew Casey durante as primeiras temporadas da série. Eis que Voight não está apenas de volta em Chicago PD, como é o protagonista da série.

Os episódios costumam ser muito polêmicos, principalmente por conta das ações do Sargento, líder da Inteligência. Voight é conhecido pela sua maneira peculiar e violenta de resolver as coisas, além de estar ligado com a máfia de Chicago. Um lindo ser humano, como podemos perceber (por favor, notem o sarcasmo).

Esse jeitinho de Voight pode ser questionado ou até mesmo apoiado por colegas, superiores, e membros de sua própria equipe, formada por detetives com diferentes ideais, mas que muitas vezes seguem suas ordens. Apesar dos pesares, ao assistir a série, vamos nos apegando aos personagens e nos envolvendo com seus dramas (do passado e do presente) que permeiam vários episódios. A minha personagem favorita é Erin Lindsay (Sophia Bush, maravilhosa), fiel escudeira de Voight na Inteligência e também sua filha adotiva.

Diferente de outras séries policiais que focam nas investigações dos detetives, Chicago PD tem um núcleo destinado aos policiais de patrulha, que cuidam de casos considerados menores que os da Inteligência e lidam diretamente com a sociedade. Entre os patrulheiros, temos Kim Burgess (Marina Squerciati), uma policial conhecida por sua energia e felicidade, considerada ingênua mas que tem muita força e determinação. Também uma de minhas favoritas.

Outro diferencial de Chicago PD é seu envolvimento com as outras séries da franquia Chicago. Vários episódios são crossovers com Chicago Fire, Chicago Med e Chicago Justice, e a grande maioria dos personagens das quatro séries estão relacionados de alguma forma.

Apesar de todos os dramas, questionamentos e cenas de violência, Chicago PD esquenta (e parte) os corações quando o assunto é ship. Não vou dar nenhum spoiler mas há muito romance. E sofrimento. Bem do jeito que nós, shipers, gostamos.

 

Não tem paciência só para polícia? Quer uma dinâmica diferente? Na segunda parte desta série de posts vou indicar séries policiais com um elemento especial: consultores!

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