Jodie Whittaker, a nova Doutora em Doctor Who

Este ano no fandom de Doctor Who (mais ou menos)

Se você me segue no Twitter não consegue escapar de uns 80 posts de Doctor Who por dia. E se você vive na internet sabe que a próxima encarnação do Doutor será uma Doutora. Mas como foi esse ano? E essa temporada? O que os Whovians (TM) esperam do ano que vem?

 

Expectativas para a décima temporada

O ano começou bem feliz e esperançoso. Ia ser a última temporada do Moffat como showrunner, a Pearl Mackie ia ser companion e o Matt Lucas também e os cabelos de Peter Capaldi estavam mais bonitos do que nunca. Até que… dia 30 de janeiro Peter Capaldi anunciou que era sua última temporada.

O fandom, como era de se esperar, virou o maior enterro existente. Um povo já começou a especular quem vinha depois e a criar rumores; foi uma bagunça sem tamanho. A calma finalmente veio, porque nem tudo estava perdido, ainda tinha 13 episódios pra admirar antes que tudo acabasse. Isso até a BBC anunciar que a Bill, personagem da Pearl Mackie, ia ser lésbica. E, de novo, todo mundo  ficou muito feliz porque foi a primeira vez que uma companion foi explicitamente queer (o pansexual Jack Harkness não conta porque nunca foi companion “oficial” e a provavelmente bissexual Clara não conta porque foi só insinuação e subtexto). Além disso, os trailers mostravam cena de regeneração e o Mestre do John Simm voltando; a expectativa estava lá em cima.

 

A décima temporada

A décima temporada começou com “The Pilot”, uma apresentação incrível pra Bill e uma continuidade ótima pros personagens do Doutor e do Nardole; “Smile”, com robôs-emoji-assassinos; “Thin Ice”, em que o Doutor diz que a história é whitewashed (!) e dá um soco num racista (!!!); e “Knock Knock”, um filler engraçadinho sobre uma casa meio mal assombrada. No meio disso tudo, o mistério de um cofre escondido numa universidade e o que estaria dentro dele. A partir de “Oxygen”, o quinto episódio, as coisas ficam mais interessantes.

“Oxygen” foi a construção de uma tensão que continuou até o episódio 8: o Doutor cego e os Monges, uns aliens que queriam… algo? Essa sequência foi uma das melhores da temporada e também trouxe algumas das melhores atuações do Capaldi. Porém (sempre tem um porém) a finalização do arco não foi tão bem feita, talvez por não ter sido escrita pelo Moffat como os episódios 6 e 7. A resolução soou feita às pressas e foi um balde de água fria, porque os outros episódios foram bons demais e fizeram todo mundo pensar que o final ia ser à altura. Ou talvez tenha sido um episódio mais ou menos numa temporada boa.

Daí continuamos com o episódio 9, escrito pelo Mark Gatiss, que fez muita gente pagar a língua depois de vários episódios ruins nas outras temporadas, cheio de referências da série clássica. O 10 foi outro filler, mas também não foi tão ruim. E, finalmente, o último episódio da temporada, dirigido pela Rachel Talalay, a mesma que dirigiu o final da nona temporada, e foi tudo muito bem feito e muito bonito e muito emoções e também se confirmou o rumor de que o primeiro Doutor ia aparecer no especial de Natal.

Pessoalmente, se eu fosse fazer um balanço da décima temporada ela ia ser obviamente a minha favorita da série nova. A dinâmica entre o Doutor, a Bill e o Nardole estava ótima e Peter Capaldi (e seu cabelo) estava no seu melhor, num equilíbrio muito bom entre dramático e engraçado. O Moffat também se redimiu de alguns erros, principalmente por ter feito da Bill uma personagem lésbica viva e feliz e com uma namoradinha espacial, coisa que tá bastante em falta em outras série. O que foi meio triste foi só que, como a gente sabia que o Capaldi ia sair depois dessa temporada, cada episódio ótimo dava um gostinho de meudeus como vão regenerar esse homem???? Provavelmente eu daria um 9,5/10.

 

O que vem depois….

Então, ok, né? Agora era só esperar até dezembro pro especial e pra regeneração? Não. Ainda faltava o anúncio de quem ia ficar no lugar do Capaldi. Depois de um teaser altamente petista, ficamos sabendo que a tal revelação ia acontecer dia 16 de julho, depois da final do tênis. Das várias especulações, as duas mais citadas eram o Kris Marshall (a opção a-BBC-não-vai-se-arriscar-e-escolher-mais-um-cara-branco) e a Phoebe Waller-Bridge (a opção a-BBC-vai-tomar-vergonha-na-cara-e-escolher-uma-mulher). E aí todo mundo acordou cedo num domingo com a expectativa lá em cima. Foi o primeiro anúncio de Doutor que eu acompanhei, porque comecei a assistir a série em 2014, e foi muito bom passar nervoso com mais não sei quantas pessoas.

E foi especialmente bom gritar com mais não sei quantas pessoas quando saiu o anúncio e a gente viu que era a Jodie Whittaker!!!! Era uma Doutora!!!! Não era mais um cara!!!!!! Eu fiquei genuinamente (e positivamente) surpresa, assim como ficaria se tivessem escolhido um ator que não fosse branco. (Inclusive, mais do que na hora de isso acontecer também!) E é emocionante saber que a gente vai viver num tempo em que vai ter uma mulher Doutora e ela vai ser incrível demais e… Bem, deu pra entender. Isso também me deu mais esperança pro novo showrunner, o Chris Chibnall – antes eu tava meio com o pé atrás por causa de um episódio que ele escreveu pra Torchwood (O “Cyberwoman” que, bem, só essa imagem do episódio já dá uma ideia) e porque praticamente a equipe inteira vai embora junto com o Moffat. A Jodie Whittaker trabalhou com ele em Broadchurch, que é bem aclamada, então tô mais confiante.

Obviamente apareceram as críticas negativas e os comentários nojentos, tipo os desse vídeo aqui, que sempre são o que faz mais barulho. E, infelizmente, apareceram comentários ruins (e outros tirados de contexto) de atores que representaram o Doutor na série clássica; e é uma pena, mas, como disse o  comunicado oficial da BBC sobre a polêmica, resta aceitação.  Mas, pra cada pessoa falando que ia largar a série, teve umas cinco falando que iam voltar a assistir ou perguntando de onde começar a ver, o que foi lindo. Também teve fanarts ótimas e a alegria foi geral.

Então, nos próximos capítulos do fandom: especial de natal com dois velhos confabulando, o retorno da Bill e da Polly (uma companion do primeiro Doutor), regeneração do 12, nova (ou novo) companion e a décima primeira temporada. Espero estar aqui pra comentar isso tudo também.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *